quarta-feira, 22 de junho de 2016

CARTA DE REPÚDIO A PEC 215 E DEMAIS AÇÕES QUE RESTRIGEM OS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS DO BRASIL



                                                              Porto Seguro, 04 de novembro de 2015

Nós, alunos universitários indígenas da Licenciatura Intercultural Indígena – IFBA de Porto Seguro- BA, representado pelas etnias Pataxó, Tupinambá e Pataxó Hã Hã Hãe, que aqui assinam, viemos livremente a público repudiar os atuais ataques aos direitos dos povos indígenas e as recentes violações físicas, sociais e culturais dos nossos povos, reivindicamos dos representantes do estado maior, que não fechem os olhos para as tamanhas atrocidades contra os povos originários deste país. Não nos posicionamos contra outra coisa, senão em defesa de nossos direitos já garantidos nos termos da constituição federal brasileira de 1988, em seus artigos 231/ 232, bem como os direitos já garantidos na convecção 169 da OIT, em que o Brasil é signatário.
Tais direitos comungado na constituição de 1988, tem como escopo a valorização e o reconhecimento histórico dos povos indígenas do Brasil, tendo como base todo processo histórico de descaso para conosco, entendendo que a violência vigente está na contramão do exposto nos termos da legislação, como por exemplo, a paralização dos processos demarcatório das Terras Indígenas no Brasil, a postura do estado brasileiro no que diz respeito a tentativa de aprovação e legalização da PEC 215, esta por sua vez notoriamente inconstitucional, haja vista  a violação da independência e harmonização dos três  poderes previamente garantidos pela constituição de 1988 e declarado na constituição federal do Brasil.
Ademais, não satisfeito com a tentativa de restringir os direitos dos povos indígenas, o Estado vem buscando meios administrativos de descontruir os órgãos indígenas e indigenistas com reformas administrativas, inviabilizando as ações de defesa do território indígena. Seguindo ações anti-indigenistas, como a falta de discussão sobre a revisão da lei 6001 - Estatuto do Índio, ficam mais evidentes as ações pouco democráticas de diálogos com os povos indígenas, não respeitando e não criando linhas paralelas de hermenêutica para interpretação do princípio a consulta previa. Tais ações não eram esperadas por parte de um partido que tem uma história de lutas em defesa dos povos indígenas no Brasil, como é o caso do Partido dos Trabalhadores.
Por estes motivos, pedimos as autoridades que respeitem os nossos direitos e pedimos apoio à sociedade civil e aos movimentos populares.


Repudiamos todas ações do Estado Brasileiro que restrinjam nossos direitos, especialmente a PEC 215!
At. Juari Braz Bomfim

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