quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Reunião para tratar dos benefícios previdenciários do INSS, com a FUNAI e as lideranças pataxó.

 

                                                                                         

No dia 11 de fevereiro de 2022, aconteceu na Secretaria Municipal de Assuntos de Santa Cruz Cabrália, uma reunião com os servidores técnicos da FUNAI-CTL de Porto Seguro, onde foi pautado as mudanças dos atendimentos dos benefícios sociais do INSS. A reunião foi com os caciques e lideranças pataxó do município de Santa Cruz Cabrália e do território de Ponta Grande, onde foram   informados da mudança importantes dos atendimentos e na garantia dos atendimentos as comunidades. Na reunião foram feitas várias observações de como será estes atendimentos e das dificuldades e realidades de cada aldeia. Na reunião foi solicitada uma capacitação para as instituições indígenas que preparem para esses atendimentos, ajudar essas informações e atendimentos para nossas comunidades.  

Os indígenas são cidadãos brasileiros e, como qualquer outro trabalhador, tem direito aos benefícios previdenciários do INSS, inclusive aposentadoria.

Algo latente em nossa sociedade é o desaparecimento dos povos indígenas. Conforme dados do IBGE, a atual população indígena brasileira é de 817.963 indígenas, dos quais 502.783 vivem na zona rural e 315.180 habitam as zonas urbanas brasileiras.

O censo realizado revelou que há populações indigências em todos os Estados da Federação. Destas populações, há 305 diferentes etnias e 274 línguas indígenas registradas.

Sem dúvidas, os povos indígenas compõem a origem do nosso país, sendo ricos em manter as tradições e culturas locais.

Todavia, o que muitos não sabem é que as atividades realizadas por eles podem dar ensejo à proteção previdenciária. 

Qual a forma de enquadramento na Previdência?

Os povos indígenas, perante a legislação previdenciária, são considerados segurados especiais.

Conforme conceitua a Lei 8.213/91, segurado especial é:

 

         I.            à pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros”, na condição de produtor agropecuário, seringueiro ou extrativista vegetal, pescador artesanal, cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado.

Enquadra-se como segurado especial o indígena artesão que utilize matéria-prima proveniente do extrativismo vegetal, independentemente do local onde reside ou exerça suas atividades (art. 39, § 4º da IN 77/2015).

Em algumas regiões, é muito comum a fabricação de cestos e balaios, a partir de matéria-prima vegetal, com a posterior comercialização em grandes centros urbanos. Esta situação está abrangida na lei e confere proteção previdenciária os indígenas.

Além disso, definições próprias da FUNAI como indígena aldeado, não-aldeado, em vias de integração, isolado ou integrado são irrelevantes para a caracterização como segurado especial.

Por outro lado, não é segurado especial o indígena que desempenhe outra atividade remunerada, como, por exemplo, empregado urbano, autônomo, empregada doméstica, servidor público, etc.

Quais os benefícios os indígenas têm direito?

Os indígenas que se enquadrem no conceito de segurado especial têm direito à aposentadoria por idade do trabalhador rural.

Os requisitos para essa aposentadoria são 60 anos de idade para o homem e 55 anos para a mulher, além da comprovação de 15 anos de trabalho (correspondentes a 180 meses de carência)

Além da aposentadoria que possuem direito, os indígenas também têm direito aos benefícios abaixo elencados:

·         aposentadoria por invalidez (aposentadoria por incapacidade permanente);

·         acréscimo de 25% na aposentadoria por invalidez (em caso de necessidade de auxílio de terceiros);

·         auxílio-doença (auxílio por incapacidade temporária);

·         auxílio-acidente;

·         salário-maternidade;

·         pensão por morte;

·         auxílio-reclusão.

O valor dos benefícios, com exceção do auxílio-acidente, será de um salário mínimo.

Embora a legislação equipare como segurado especial somente o filho maior de 16 anos, o STJ entende que é devido salário-maternidade à mulher indígena, mesmo que no momento do parto tenha menos de 16 anos.

Trata-se de entendimento adotado voltado à proteção do menor e não em seu prejuízo, aplicando-se o princípio da universalidade da cobertura da Seguridade Social.

No caso de desempenho posterior de atividade remunerada, que descaracteriza a qualidade de segurado especial, o indígena pode fazer jus à aposentadoria por idade híbrida (cômputo do período rural e urbano).

 Como provar?

A condição de segurado especial dos índios será comprovada por meio da certidão fornecida pela FUNAI, a qual deve conter (art. 19-D, § 13 do Decreto 3.048/99):

·         Identificação da entidade e de seu emitente;

·         Identificação, a qualificação pessoal do beneficiário e a categoria de produtor a que pertença;

·         Documentos e as informações que tenham servido de base para a sua emissão;

·         Dados relativos ao período e à forma de exercício da atividade rural nos termos estabelecidos pelo INSS.

Além da declaração fornecida pela FUNAI, deverão ser apresentados carteira de identidade, CPF, registro administrativo de indígena, certidão de casamento, certidão de nascimento dos filhos.

Destaque-se que não é necessário apresentar documento da terra, ao contrário do demais trabalhadores na agricultura. Isso se deve ao fato da terra ser propriedade da União para usufruto dos povos indígenas.

Por outro lado, não é razoável exigir a apresentação de prova ano a ano, isso porque os indígenas não possuem bloco de produtor rural.

Para fins previdenciários, a necessidade de comprovação documental de suas atividades deve ser minimizada diante da dificuldade para obtenção de provas materiais. Trata-se de interpretação teleológica, efetivando à proteção social e à autodeterminação dos povos indígenas.

 

Att. Juari Pataxó

 

segunda-feira, 30 de novembro de 2020

CONSELHO DE CACIQUES PATAXÓ SE REUNIRAM EM GRANDE ASSEMBLEIA.


 A Secretaria Municipal de Assuntos Indígenas e o Conselho de Caciques e Lideranças Pataxó de Santa Cruz Cabrália, se reuniram em assembleia para tratar de diversos assuntos de grande importância para as comunidades, principalmente as demanda do Território e uma avaliação dos trabalhos do ano de 2020. Também estava presente o coordenador da FUNAI, onde foi apresentando o chefe de NUCLEO DE APOIO TECNICO de Santa Cruz Cabrália – NAT-SCC/FUNAI, que estará atendendo no prédio da Secretaria. Esta conquista e um avanço do movimento indígena, que será de grande importância param a comunidade pataxó do nosso município. Na reunião também estava presente os representantes da

Brigada Pataxó De Coroa Vermelha, 
o Superintendente municipal de Coroa Vermelha, assim como os representantes da educação e saúde Indígena.
Gostaríamos a cada cacique e lideranças presente, que pautaram sua demandas e suas opiniões para planejar nossas ações futuras.
Em breve iremos organizar nossa grande assembleia regional de Caciques e Lideranças Pataxó.
Santa Cruz Cabrália, 26 de novembro de 2020.

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

REUNIÃO COM A PROCURADORIA DA FUNAI EM BUSCA DE MELHORIAS PARA OS PESCADORES ÍNDIGENAS

 

Hoje me reunir (12/10/20), com a procuradoria da FUNAI- polo de Porto Seguro e o Secretário de meio ambiente de Porto Seguro, onde fui tratar do encaminhamento da Associação de Pescadores Indígenas de de Coroa Vermelha, onde tratamos da participação do Plano de Manejo do Recife de fora do  município, a organizar das carteirinha de pescadores, criação do grupo de avaliação do plano. Salientamos que os pescadores e marisqueira indígenas  são pessoas tem essa prática de sustentabilidade de forma artesanal. 

Obrigado FUNAI, CIPPA e secretárias  envolvidas neste processo!

Vamos discutir políticas públicas para todos ! 

sábado, 25 de julho de 2020

FOTOS DO MÊS DE JULHO DA SECRETARIA DE ASSUNTOS INDÍGENAS 2020

















Secretaria Municipal Assuntos Indígenas de Santa Cruz Cabrália - SEMAI


Apresentação








Os pataxó pertencem a família linguísticas macro-jê, mesma família do povo Maxacali que hoje vive no estado de Minas Gerais.  Povo que vivia em um amplo território, mudando sempre a sua morada, possuía  grande habilidade para caçar e isso garantiu a sua sobrevivência e permitiu que vivessem sem contatos com os europeus durante muitos anos.
Por serem índios com grandes habilidades em se defender dos ataques dos portugueses e por ser grandes arqueiros eram temidos pelos "brancos" até por outros povos indígenas. Foram considerados pelos colonizadores de “índios Bárbaros”, os índios mais temidos da região. Como não viviam em aldeamentos, faziam suas “choças” espécie de casa de folhas de palmeiras que constantemente  mudavam de locais seguindo as estações climáticas fugindo do frio e procurando as épocas de farturas dos alimentos. ( MAXIMILIANO  1820 ).
A Secretaria Municipal de Assuntos Indígenas de Santa Cruz Cabrália, criada no ano de 2005, uma demanda dos caciques e lideranças pataxó que reivindicaram é apresentaram a proposta ao legislativo e o executivo,  no intuito de garantir as politicas públicas  para   as comunidades pataxó. Hoje o município conta oito aldeias indígenas, que vivem basicamente da agricultura, pesca tradicional, artesanato é 65% das famílias vivem diretamente do turismo sustentável. Muitas dessas famílias vivem em vulnerabilidade social, sobrevivendo de bolsa família, ou da venda do artesanato. 
A posse do novo secretário foi no dia 29 de agosto de 2019, contando com diversas lideranças e caciques, onde estava presente a comunidade e o Prefeito Agnelo Santos e seus secretários. As atividades iniciaram no dia 01 de setembro de 2019, onde foi composta uma  nova composição da equipe de trabalho. O Prefeito Agnelo atendeu as lideranças democraticamente, respeitando a autonomia e confiança. Entendemos que os desafios serão constantes, principalmente na atual conjuntura do governo federal,  de  forma truculenta vem cortando o orçamento direcionado aos programas sócios e educacionais.   

REFLEXÃO INDÍGENA


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TRAJETÓRIA DE LUTA E VIDA DE ALFREDO BRAZ -LUTA PELA TERRA

INTRODUÇÃO
O meu trabalho de pesquisa trata da memória da história luta e vida do meu avô, Alfredo Braz Salvador, que nasceu no Território Indígena de Barra Velha no Parque Nacional Monte Pascoal no município de Porto Seguro. Meus pais sempre nos ensinou as histórias, músicas e costumes do nosso povo. Nasci no local chamado serra da Gaturama, nos limites do Parque Nacional Monte Pascoal, entre grandes montanhas e muitas matas e rios em abundâncias. Sou o segundo filho, de oitos irmãos que fomos criados de forma bem simples lidando é aprendendo com as dificuldades da roça. Na minha pesquisa descobri muitas coisas boas e muitos dos meus familiares que ainda não conhecia, é aprendizagem que vou levar para o resto da minha vida. Meu pai foi uma das pessoas fundamentais para a minha pesquisa, pois conheceu meu avô antes de se casar com minha mãe que morava na Aldeia Barra Velha. Gostaria muito que meu pai tivesse no dia da minha apresentação, mas Deus o levou no dia 11 de agosto de 2017, momentos de muitas tristezas onde superamos a dores lembrando do grande homem que foi, dos seus ensinamentos  e da sua contribuição com o povo Pataxó.   
Acesse ao link abaixo e terá o trabalho completo.

Secretaria Municipal de Assuntos Indígenas participa de encontro com Fausto Franco em Santa Cruz Cabrália

  No dia 22 de abril de 21, participamos de uma reunião com o Secretário de Turismo da Bahia, Fausto Franco, que veio a convite do Prefei...